segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Kingston e Eldoret: as cidades dos homens mais rápidos do mundo


Recentemente vi dois documentários, que mostravam o dia-a-dia de atletas destas cidades. O primeiro documentário realizado pela SPORTV, canal brasileiro, foi até a capital da Jamaica, Kingston, acompanhar a rotina do campeão olímpico Usain Bolt. Já o outro documentário realizado pelo CANAL+, televisão espanhola, foi até à cidade de Eldoret, no Quênia, para ver a rotina dos melhores maratonistas do mundo, incluindo o recordista mundial da maratona, Patrick Makau. Farei uma breve discussão do conteúdo apresentado nesses documentários.

A primeira diferença encontrada nessas duas cidades é em relação aos centros de treinamento, enquanto no Quênia a pista de atletismo utilizado pelo campeão mundial dos 800m em 2011, David Rudisha, é uma pista de terra batida sem demarcação alguma de raias, a pista jamaicana é composta pelos melhores materiais disponíveis atualmente, com uma novíssima pista disponível para atletas como Bolt e seu companheiro de treino Yohan Blake.



À esquerda Makau atingindo a melhor marca da maratona. À direita Usain Bolt e o record mundial dos 100m


Não é só em relação à condição de treino que podemos ver essas diferenças, enquanto o documentário da SPORTV mostra Bolt saindo do seu treino em um grande carrão e indo à sua casa de alto padrão e até com piscina, (não é por menos que ele tem esse patrimônio, Bolt ganha mais de 250 mil dólares em cada competição que vai) os quenianos já moram em seus centros de treinamento e seus principais meios de deslocamentos são as pernas.  Talvez isso ao longo dos anos tenha feito com que eles tenham se tornados os maiores fundistas do mundo.

Um trecho que me chamou atenção, é que os fundistas quenianos e seus treinadores dizem que a capacidade de suportar árduos treinos e competições vem do poder da mente e de se concentrar. Podemos ver no documentário que os fundistas vivem em um local no qual se preocupam apenas em treinar. Além disso, o que mais me surpreendeu foi a dieta adotada por esses corredores, que acordam e vão correr em jejum e só comem depois do termino do treino, sendo essa alimentação é baseada em batatas, leite, arroz e feijão.

Outro aspecto marcante do documentário do CANAL+ é que os corredores quenianos quando ganham alguma competição procuram sempre ajudar suas famílias e suas comunidades, construindo instituições como hospitais, escolas e clínicas.

Enfim, sejam quais forem as condições de vida desses países, seus aspectos físicos, sociais e culturais fizeram com que eles fossem capazes de fornecer ao mundo os seres humanos mais rápidos, seja para percorrer apenas 100m ou 42,195km e ainda mostram para nós que, independentemente da condição de treino é sempre possível obter excelentes atletas.

É interessante ressaltar também, que além de surgirem grandes atletas na Jamaica e Quênia, esses atletas têm em mãos excelentes treinadores que sabem explorar a capacidade de cada um e assim “lapidar” um grande atleta. Dessa forma, pensando no Brasil, creio que além de treinadores, é fundamental uma equipe multidisciplinar composta por nutricionistas, médicos, fisioterapeutas e outros, trabalharem em conjunto para que seus atletas atinjam o melhor desempenho.

Segue link para vocês assistirem esses dois documentários:

 

Documentário CANAL+

Documentário SPORTV:

Um comentário:

TClovis disse...

Excelente post e documentário, mostra que temos condições mais que suficientes de progredir, basta trabalhar corpo e mente.